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quarta-feira, 5 de março de 2025

7º Capítulo da novela "Escritos da Alma"

 


 


A notícia de que Davi estava internado correu rapidamente pela cidade e logo chegou à redação do jornal, para a satisfação de Lúcio.

_ Não acredito, Tereza, o Davi está internado. Tenho que aproveitar essa chance que caiu do céu para acabar com a vida dele.

_ Cuidado, Lúcio. Acho que você está indo longe demais. Você não me contou que raiva é essa que sente do Davi. Parece que ele fez algo grave com você ou que você tem medo que ele lembre de algo que você fez a ele ou a outra pessoa.

_ Deixe de bobagem, Teresa. Só quero ele bem longe de mim. Vou dar um jeito de ir ao hospital visitá-lo. Se alguém perguntar, diga que fui ver o nosso moribundo.

Lúcio sai da sala, e Tereza sussurra:

_ Sei não, viu. Tem caroço nesse angu. E você sabe que quando eu quero descobrir algo, eu descubro. Esse mistério eu vou desvendar.

Enquanto isso, no hospital, Samuel não desgrudava do amigo, mas foi chamado pelo médico para conversar e teve que deixar Davi sozinho.

Lúcio rapidamente chegou ao hospital para visitar Davi e, graças à sua influência e a uma amante que trabalhava na recepção — Tábata — conseguiu entrar fora do horário de visitas.

_ Você sabe que tem tudo comigo, não é, Tábata?

_ Sei sim, mas você anda sumido. Faz tempo que não aparece. Sinto sua falta. Estou deixando você passar, mas olha o que vai aprontar. Soube que o rapaz chegou aqui muito mal.

_ Que nada. Eu não deixo pistas. Sei bem como resolver meus problemas.

_ Tá bom, vai lá. Hoje à noite a gente se encontra no nosso lugarzinho de sempre. Davi está no quarto 209, corredor dos fundos.

Os dois se beijam escondidos, e Lúcio segue para o quarto onde Davi está. Ao entrar, encontra-o desfalecido e começa a falar:

_ Você realmente é um fracote, igual ao seu pai. Eu disse que me vingaria dele, e agora estou aqui. O que fiz a você no passado não foi suficiente? Parece até que gostava, haha! Maldito Ernesto! Tirou tudo o que conquistei, até o amor da sua mãe. Mas ele preferiu fugir, fez tudo só para me humilhar. Agora é hora de terminar o que comecei.

Lúcio pega um travesseiro e levanta com as duas mãos em direção à cabeça de Davi, porém...

_ O que está fazendo? — pergunta Letícia, entrando correndo no quarto, tentando escapar da enfermeira que vinha atrás, dizendo que não era hora de visitas. — Me solta, enfermeira!

_ Moça, não está na hora de visitas.

_ Não está? Então o que esse homem está fazendo aqui dentro?

_ Eu não sei, mas os dois terão que sair agora, se não, vou chamar segurança ou até a polícia.

Lúcio tenta se justificar:

_ Olha, eu sou Lúcio Campadello, do jornal onde o meu amigo Davi trabalha. Tive que vir porque todos na redação estão muito preocupados com ele. Quando vi o pescoço dele caído, peguei o travesseiro que estava sobrando e ajeitei, pois ele estava sozinho e não tinha nenhuma enfermeira por perto. Acho que vou reclamar com o diretor do hospital.

_ Não precisa, senhor. O senhor está certo. Esse erro não se repetirá. Mas agora eu cuido dele. Quanto a você, jovem, Davi está dormindo por causa dos remédios. O horário de visitas é das 14h às 15h. Se quiser voltar, volte nesse horário.

_ Claro que vou voltar — disse Letícia — o Davi não está sozinho.

_ Sim — concordou ironicamente Lúcio — ele tem os melhores amigos do mundo.

Continuaaaaa...

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segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

6º Capítulo da novela "Escritos da Alma"

 



Davi chegou em casa sentindo muita dor de cabeça. Tomou um remédio, deu um banho, comeu um lanche e lembrou que havia combinado de sair com Letícia. Porém, não estava disposto e ligou para desmarcar o encontro.

— Eu não estou me sentindo bem hoje, Letícia. Minha cabeça parece que vai explodir. Outro dia a gente marca de se encontrar. Realmente, hoje não serei uma boa companhia.

— Ah! Que pena, Davi. Mas compreendo. Se não melhorar, procure ir ao hospital, só não fique sentindo dor sem buscar atendimento.

— Pode deixar. Acredito que, após uma boa noite de sono, vou levantar novinho em folha amanhã. Um beijo.

— Outro para você, Davi. Até mais ver.

Davi desligou o telefone e logo pegou papel e caneta para escrever um novo verso:

"É como se o tempo fosse meu inimigo
E um grande zumbido perturbasse os meus ouvidos.
Na cabeça não há leveza,
O corpo geme de tanta estranheza
E a alma? Essa se abate, bem lá dentro, de tanta tristeza."

Ao terminar o verso, o semblante de Davi decaiu e ele adormeceu ali mesmo, debruçado sobre a mesa.

Ao amanhecer, seu telefone não parava de tocar. Era Samuel ligando, pois já eram nove horas da manhã e Davi ainda não havia chegado ao trabalho.

— Estou ligando para o Raul, e o Davi não atende.

— Será que aconteceu alguma coisa com ele? O Davi, com todo respeito, parece perturbado de espírito.

— Eu conheço o meu amigo, ele é um cara ótimo, mas tenho que concordar com você. Tem algo muito estranho com o Davi.

— O problema é que isso pode prejudicá-lo, né? Aqui no jornal sabemos que nem Lúcio nem Fred ficaram satisfeitos com a promoção que Moisés deu a ele.

— É verdade! Bom, vou ter que dar um pulo lá na casa dele. Se perguntarem por mim, diga que fui atrás de um anunciante.

— Ok.

Samuel saiu às pressas em direção à casa de Davi, mas não percebeu que Lúcio escutara toda a conversa.

— Então o poeta não veio trabalhar até agora? É... Achei que seria mais difícil tirá-lo daqui. Pelo visto, vai ser mais fácil ainda.

Tereza viu Lúcio observando Samuel sair apressado e perguntou:

— Onde o Samuel vai com toda essa pressa, Lúcio? Você pediu para ele ir a algum lugar?

— Não, mas ele está indo à casa do Davi para saber por que até agora ele não apareceu aqui na redação.

— E você acha que aconteceu alguma coisa grave com ele?

— Eu não acho nada, Tereza. Eu queria mesmo era nunca mais olhar para aquela cara de mosca morta do Davi.

— Por que tanto ódio dele assim, Lúcio?

— Eu não gosto do Davi, Tereza. Não gosto.

Samuel entrou em seu carro e rapidamente se dirigiu à casa de Davi.

Ao chegar, chamou várias vezes, mas como Davi não respondia, arrombou a porta. Procurou por toda a casa — sala, cozinha, banheiro, copa — e encontrou Davi no quarto, caído no chão, desacordado.

— Meu Deus! Davi! Acorda, Davi! Acorda!

Davi não respondeu, e Samuel rapidamente o levou para o hospital, onde foi internado para exames.

— Pelo amor de Deus, doutor Jorge. O que aconteceu com o meu amigo?

— Olha, ainda é cedo para dizer, mas tudo indica que o desmaio foi devido à tamanha dor de cabeça e febre. O corpo não aguentou. Os exames de sangue, fezes e urina estão ótimos.

— Eu não entendo, ultimamente o Davi tem andado tão estranho!

— Tenho minhas suspeitas, Samuel, mas acredito que seu amigo tenha uma depressão profunda. Se ele não tratar, ela pode acabar com a vida dele.

— Depressão, doutor? Não pode ser.

— Existem coisas dentro do ser humano que só quem sente sabe. Bom, é melhor esperar ele reagir aos remédios, a febre baixar e ele recuperar os sentidos. Assim, poderemos saber da boca dele o que aconteceu.


Continua...

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